Nesta edição Vol. 4, No 2 (abr/jun. 2025), os leitores encontrarão análises sobre inflação, programas habitacionais, desigualdades regionais, crédito e gestão de resíduos sólidos urbanos, por meio dos seguintes artigos:
– Expectativas Inflacionárias e Dinâmica da Taxa de Juros no Brasil: Uma Perspectiva Neoclássica – Thiago Holanda, Wandemberg Almeida
– O Impacto dos Programas Habitacionais no Crescimento da Construção Civil no Ceará – Ricardo Aquino Coimbra
– Lixões do Brasil: Desrespeito Econômico e Subsídio à Miséria – Albert Gradvohl
– Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) – Renato Aguiar
– Desigualdades Regionais no Brasil: porque o Estado não deve se omitir – Felipe Sobral
Thiago Holanda, Wandemberg Almeida, “Expectativas Inflacionárias e Dinâmica da Taxa de Juros no Brasil: Uma Perspectiva Neoclássica”, investiga o papel das expectativas inflacionárias na dinâmica da taxa de juros no Brasil. Examina o arcabouço teórico – a hipótese de expectativas racionais, problemas de consistência temporal e regras de política monetária como a Regra de Taylor – sublinhando as contribuições da escola neoclássica. O artigo analisa o regime de metas de inflação do Brasil, a formação das expectativas e sua incorporação nas decisões do Banco Central brasileiro. Os autores investigam também a influência das expectativas sobre o comportamento das taxas de juros de curto prazo (controladas pela política monetária) e de longo prazo (definidas pelo mercado), destacando ainda implicações de modelagem e evidências empíricas recentes.
Ricardo Aquino Coimbra, “O Impacto dos Programas Habitacionais no Crescimento da Construção Civil no Ceará”, analisa o bom momento do setor da construção civil no Ceará impulsionado pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida e o estadual Entrada Moradia Ceará que, sincronizados, impulsionam a produção e vendas de unidades habitacionais gerando emprego e renda além de destravar o acesso ao crédito, aumento de arrecadação, melhoria na infraestrutura urbana e na qualidade de vida das pessoas. O autor destaca que de acordo com o Sinduscon-Ce, o cenário para 2025 é promissor projetando um Valor Geral de Vendas (VGV) de pelo menos R$ 5 bilhões. O artigo salienta o papel do Estado como indutor do desenvolvimento e enfatiza alguns desafios como o elevado patamar da taxa de juros no Brasil sublinhando que a habitação popular não pode ser confundida com periferização ou guetificação das populações urbanas.
Albert Gradvohl, “Lixões do Brasil: Desrespeito Econômico e Subsídio à Miséria”, apresenta, inicialmente, os grandes números do lixo que são aterrados ou destinados irregularmente a lixões no Brasil que se traduz em desperdício na reciclagem de expressivos volumes financeiros. O artigo analisa a evolução das mudanças regulatórias e as inovações tecnológicas no Brasil e no resto do mundo fruto de uma maior conscientização global sobre as questões ambientais. O autor reflete sobre a importância das políticas públicas e da logística reversa ao mesmo tempo em que aponta as oportunidades de negócios sustentáveis e inovadores no Brasil no contexto da Economia Circular.
Renato Aguiar, “Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)”, analisa a importância do Fundo de Investimento em Diretos Creditórios (FDIC) como uma alternativa que se apresentou para as empresas acessarem o crédito ao longo das últimas duas décadas, consolidando-se especialmente como uma ferramenta de financiamento do capital de giro. O texto destaca a contribuição dos FIDCs no desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro. Para os próximos cinco anos estima-se que o volume de ativos sob gestão dos FIDCs deverá superar R$ 2 trilhões, representando cerca de 20% da indústria de fundos. O autor relaciona ainda um conjunto de direitos creditórios que podem ser adquiridos pelos FIDCs, impactando positivamente diversos setores da economia; a importância desses fundos para as fintechs bem como para as grandes empresas e investidores, se apresentando como mais uma alternativa para os agentes econômicos conjugarem adequadamente risco e retorno.
Felipe Sobral, “Desigualdades Regionais no Brasil: porque o Estado não deve se omitir”, examina o problema da desigualdade regional brasileira evidenciada em dados e indicadores econômicos e sociais dos estados e regiões do país. O problema é tratado numa perspectiva histórica e traz à luz as contribuições de Celso Furtado sobre o tema, o papel do Estado, dos Fundos Constitucionais de Financiamento e a ação dos bancos regionais, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. O autor destaca que apesar dos avanços os efeitos das políticas públicas implementadas foram limitados evidenciando a necessidade de uma política nacional de desenvolvimento regional.
Ricardo Eleutério Rocha, Conselheiro e Coordenador do Boletim do Economista
Desirée Custódio Mota, Conselheira e Presidente da Comissão de Educação do Corecon-Ce
José Wandemberg Rodrigues Almeida, Conselheiro e Presidente do Corecon-Ce
Comissão Editorial: Desirée Custódio Mota, José Wandemberg Rodrigues Almeida, Ricardo Eleutério Rocha, Eldair Melo Mesquita Filho, Thiago Costa Holanda, Ricardo Aquino Coimbra, Lauro Chaves Neto, Francisco Roberto Dias de Freitas.
Organizadores: Ricardo Eleutério Rocha (Coordenador), Desirée Custódio Mota.
Revisão e curadoria editorial: Heliana Querino
Diagramação e suporte técnico: Luana Pitombeira
Capa e diagramação: Francisco Carlos Henrique de Oliveira Leite